O pesquisador precisa ficar atento ao que o corpus “fala”.
No início do mês compartilhei que estou na fase de coletar dados e que havia enviado o link, para os intérpretes de Libras, que constam na lista pública do site do Tribunal de Justiça de São Paulo – TJ/SP. Porém, os nomes que constam na listagem, são apenas os que foram nomeados e indicados.
Mas o que isso significa? Que não tenho como acessar quantos profissionais de Libras são cadastrados, quantos efetivamente já prestaram serviços como auxiliares da Justiça, tendo em vista, que é possível o juiz convocar “Ad hoc”, isto é, para aquele ato, sem precisar estar cadastrado no sistema. Além disso, após a leitura atenta dos documentos legais (resoluções, provimentos e portarias), que regula a atividade interpretativa no judiciário, constatei que o intérprete de Libras é equiparado a perito e pode responder por prejuízos em decorrência de sua atuação deficitária, além de outras penalidades, como ser proibido de atuar na área por até 5 anos.
Durante as aulas teóricas, sempre ouvi os professores dizerem que o corpus iria “falar” e mobilizar os conceitos da teoria nas nossas pesquisas. Achava interessante e hoje, estou “ouvindo” o que ele me diz e entendendo que os desafios do TILS, no contexto jurídico, não é na sala de audiência, mas no sistema judiciário em geral, a começar pela sua nomeação/convocação.
Volto em breve, para compartilhar outras e novas percepções porque o meu corpus continua “falando” e eu preciso ouvi-lo.
Luana Manini
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