Estamos em 2023 e os dados redesenham a pesquisa

2023 chegou e por aqui, continuo atenta as questões que envolvem os desafios que os intérpretes de Libras se deparam ao mediar falantes de diferentes línguas no contexto jurídico.
Após reorganizar os dados da pesquisa, tenho observado que as audiências são espaços de muito aprendizado, mas também de tensão porque a sala de audiência é um lugar em que o intérprete enfrenta diferentes demandas que não estão relacionadas apenas a mediação linguística de/entre/para as pessoas que não se comunicam em Libras.
Esse espaço é presidido pelo juiz e normalmente a sala segue um projeto arquitetônico/cênico em que o autor e réu, com seus respectivos advogados, tem lugar determinado para ocupar e apontam uma assimetria entre os participantes revelando a dinâmica de poder do Judiciário.
Além de lidar com questões operacionais de posicionamentos, se sentado ou em pé, próximo ao juiz, as partes ou advogado, o Tradutor Intérprete de Língua de Sinais (TILS) precisa negociar/justificar sua permanência em pé ou os motivos para proceder “a dança das cadeiras”, enquanto todos estão sentados, em razão da modalidade da língua que é visual. E sim, os dados confirmam que mesmo com as diferenças que justificam as alterações no ambiente de audiência, alguns juízes não acolhem o pedido. 
Eu adianto desde já, que não imaginava o quanto as questões cênicas, seja no formato de audiência presencial ou virtual, somado a ausência de documentos que norteiam a atuação deste profissional, mas precisamente na sala de audiência, são desafiadores e pode impedir o TILS de ter uma atuação com qualidade prejudicando a pessoa surda.
Enfim, sigo refletindo com as leituras, interpretando os dados, aprendendo com a realidade apresentada e escrevendo a Dissertação.
 
Volto em breve para atualizar vocês dos meus percalços e percurso.
Até😉!

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